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Adiós, Glauquito!
Adiós, Glauquito!
Adiós, Glauquito! * Paulo Demétrius Ontem foi assassinado um dos meus ídolos. Daqueles ídolos que só a morte inesperada nos fazem saber da relação de idolatria estabelecida entre eu (fã confesso) e ele (naturalmente \'idolatrável\'). Dessas mortes estúpidas que nos chocam ao ponto de estragar o dia, de relembrar nossos momentos juntos, as risadas, as piadas inteligentes e o humor ácido. Estou falando do (genial) cartunista Glauco, barbaramente assassinado junto com seu filho na madrugada da última sexta-feira. Glauco começou como promessa de uma safra fantástica de cartunistas. O paranaense, logo cedo ganhou prêmios, sendo logo contratado pela Folha de São Paulo junto de outras revelações do cartum brasileiro. No meio de nomes como Adão Iturrusgarai, Fernando Gonzales, Redi, Aroeira, entre outros tantos da ótima geração de cartunistas da década de 80, Glauco se destacou junto com Laerte e Angeli no célebre trio de bandoleiros mexicanos, ?Los 3 amigos?. Ele e seus dois melhores amigos, fizeram parte da minha infância. Me ensinaram os primeiros palavrões e me fizeram entender o sabor de um deboche bem aplicado na nuca de um sem-graça qualquer. Glauco foi mais uma vítima da banalização da violência que assola o País. Até quando pais e filhos serão mortos na frente de suas casas? Por quanto tempo ficaremos enfiados até os cabelos em uma sociedade doente? Esse complexo de avestruz, que esconde a cabeça e deixa o rabo pra fora, só é engraçado como metáfora. No mundo real, enquanto nos iludimos com o conforto do buraco, o corpo todo fica na mira dos predadores. A morte de Glauco, não dói apenas pela perda de um artista querido, mas sim por sabermos que mesmo os nosso ídolos, estão sujeitos a barbárie que impregnam nossa sociedade. Rezemos pra que Glauco não seja mais uma manchete da mídia sedenta por espetáculos, que providências sejam tomadas, que as injustiças que criam bandidos e vítimas sejam sanadas e que finalmente esse país tome jeito...Quer saber? Duvido muito. Cansei de dias estragados, lembranças doloridas e ídolos perdidos. Hoje foi o Glauco e seu filho, amanhã pode ser eu ou você. Em homenagem ao Glauco, vamos rir pra não chorar. * Paulo Demétrius é jornalista do Correio Popular e um fã inconformado....


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